Uma nova classe de medicamento contra o câncer que pode tratar uma ampla gama de tumores foi aprovada para uso na Europa pela primeira vez. Trata-se de uma abordagem agnóstica, para a qual não importa onde o câncer está crescendo no corpo, desde que tenha uma anormalidade genética específica no interior.
Os médicos britânicos que testaram as drogas disseram que ela de fato tinha o potencial de revolucionar o tratamento contra o câncer. Eles disseram que a abordagem tem o potencial de curar mais pacientes e reduzir os efeitos colaterais.
O medicamento que foi aprovado é chamado de larotrectinibe. E Charlotte Stevenson, de apenas dois anos de idade, de Belfast, na Irlanda do Norte, foi um dos primeiros pacientes a se beneficiar da novidade.
A pequena foi diagnosticada com fibrossarcoma infantil, um câncer no tecido conjuntivo do corpo, e foi tratada com larotrectinibe como parte de um ensaio clínico no Royal Marsden Hospital, em Londres, no ano passado.
“Ela agora pode ter uma vida relativamente normal e, o melhor de tudo, a droga teve um impacto incrível no tumor”, disse a mãe da menina em entrevista à BBC News.
O tumor de Charlotte foi causado por uma anormalidade genética conhecida como fusão do gene NTRK, que também pode ocorrer em alguns tipos de câncer no cérebro, rim, tireoide e outros.
“É algo realmente empolgante, pois funciona em vários tipos de câncer. Não está confinado a um”, disse à BBC Julia Chisholm, consultora infantil de câncer no Royal Marsden Hospital.
Isso marca uma caminhada rumo a medicamentos de precisão que tiram vantagem da composição genética do tumor de cada paciente.
No início deste ano, o NHS England descreveu os medicamentos agnósticos como um “novo e revolucionário” avanço no câncer e disse que estão em andamento os preparativos para garantir que os pacientes tenham acesso a eles.
“Os benefícios para os pacientes – em particular às crianças – de serem capazes de tratar muitos tipos diferentes de câncer com um único medicamento são potencialmente enormes, ajudando-os a levar uma vida mais longa e saudável”, disse o executivo-chefe do NHS Inglaterra, Simon Stevens.
Brendon Gray, da Bayer, empresa farmacêutica que desenvolveu o larotrectinibe, disse que como o primeiro medicamento agnóstico a tumores aprovado na Europa, o larotrectinibe representa uma mudança radical no tratamento do câncer”.
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