Os professores da rede estadual do Rio Grande do Sul vão paralisar as atividades até sexta-feira (4). A decisão foi tomada em assembleia do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers-Sindicato), feita hoje (1) em frente ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, em Porto Alegre.
A greve foi deflagrada após o governo do Rio Grande do Sul ter parcelado os salários do funcionalismo pela 18ª vez consecutiva. A Secretaria da Fazenda liberou hoje (1º) R$ 650 por matrícula. Na sexta-feira, os professores farão nova assembleia para definir os rumos da mobilização.
Esta é a segunda greve da categoria em 2017. Em março, os professores fizeram uma paralisação por 16 dias para cobrar o pagamento do piso nacional do magistério.
Crise financeira
O parcelamento de salários do Executivo nos últimos 18 meses revelam a crise financeira do Rio Grande do Sul. Ontem, o governo estadual anunciou que não pagaria a parcela de julho da dívida com a União e ingressou com medida cautelar no Supremo Tribunal Federal (STF) para que as prestações não sejam cobradas.
O governo gaúcho diz que os R$ 140 milhões que deixaram de ser pagos ao governo federal serão utilizados para ampliar o pagamento devido aos servidores. “Nesta terça-feira [1º], serão depositados mais R$ 450 dos salários e, com os R$ 650 já pagos, ficam cobertos 13% da folha”, diz nota publicada pelo Piratini.
A liminar solicitada pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE) ao STF pede a suspensão da cobrança da dívida com a União por até três anos. Além disso, o governo pretende impedir que o estado seja inscrito em cadastros de inadimplência e tenha as contas bloqueadas. O pedido foi dirigido à presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, sob regime de urgência.
Dentre os argumentos apresentados pela PGE está o fato de que o Supremo concedeu liminar semelhante ao estado do Rio de Janeiro, em abril do ano passado.
Com o agravamento da crise, o governador José Ivo Sartori viajou a Brasília para apresentar a situação financeira do estado à bancada gaúcha na Câmara dos Deputados e ao ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.
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