Os kits, que custam aproximadamente R$ 200, são distribuídos de graça pela iniciativa Seja Digital, uma instituição não-governamental e sem fins lucrativos, responsável por operacionalizar a migração do sinal analógico para o sinal digital da televisão no Brasil.
Na Grande Vitória, 164 mil pessoas estão na lista de beneficiadas, sendo que cerca de 18 mil kits já foram retirados. A lista de beneficiários é fornecida pelo Ministério do Desenvolvimento Social para que a Seja Digital informe ao público por meio de cartas e campanhas de comunicação para possam entrar em contato e agendar a retirada dos equipamentos.
Mas a auxiliar administrativo Claudiane Oliveira Dias encontrou na internet anúncios de venda dos aparelhos. Os valores anunciados vão de R$ 80 a R$150. Pelas fotos, é possível identificar que a marca dos aparelhos é a mesma do kit distribuído gratuitamente.
Um dos anunciantes escreve que está vendendo o kit porque a televisão dele já tem conversor digital. “Ganhei mas não preciso”, escreveu na descrição do anúncio.
Por telefone, Claudiane fingiu estar interessada em comprar um dos kits anunciados. Questionada, a anunciante confirmou que ganhou o aparelho “do governo” e que tem a nota fiscal.
“As pessoas não têm consciência, estão pegando para poder vender, usando o benefício que têm para ganhar dinheiro. Reclamam do governo corrupto, mas têm atitudes iguais”, desabafou Claudiane.
Seja Digital
O presidente da Seja Digital, Antônio Carlos Martelletto, explicou que a venda dos kits distribuídos gratuitamente não um “fato novo”. Mas, segundo ele, o número é pequeno.
“Em outras regiões, como Brasília, São Paulo e Goiânia, isso já aconteceu. Mas, frente a quantidade de kits distribuídos, o número é pequeno. A gente cumpre a nossa obrigação, que é de entregar e fazer com que a pessoa tenha ciência de que não pode vender o produto”, disse.
Ele explicou que, ao receber o kit, o beneficiário assina um termo de compromisso que diz sobre a proibição de vender o equipamento. O aviso também vem escrito na caixa do kit.
De acordo com ele, quem vende kits distribuídos está infringindo legislação e está sujeito a sanções legais.
Fonte: G1
