Cientistas das universidades de Temple e Nebraska, nos EUA, conseguiram eliminar o vírus responsável pela Aids do genoma de roedores vivos. O estudo, publicado na revista “Nature Communications”, utilizou um tratamento que combinou medicamentos e edição genética
“Agora nós temos um bom caminho para seguir em testes com primatas e a possibilidade de testes clínicos em pacientes humanos dentro de um ano”, disse em nota o pesquisador Kamel Khalili, da Universidade de Temple.
Uma variação da terapia antirretroviral de Longa Duração e Lenta Efetividade (a Laser Art, em inglês) foi utilizada junto com uma edição genética. Ambas, juntas, conseguiram eliminar por completo o vírus de um terço dos animais utilizados como cobaias.
Para isso, a equipe recorreu à tecnologia Crispr-Cas9 – uma terapia de genes que se mostrou eficaz por impedir que os genomas abriguem o vírus, mas que não pôde eliminar sozinha a infecção pelo HIV.
Os medicamentos de controle da doença usados nos tratamentos atuais foram manipulados para serem absorvidos de maneira mais lenta e assim acompanhar o ciclo do HIV. As técnicas não conseguem acabar com a infecção individualmente, por isso devem ser realizadas em sequência. Os processos se unem para suprimir a reprodução dos vírus e eliminar completamente o DNA viral das células.
O grupo já pesquisa os efeitos do tratamento em primatas e, caso se mostre eficaz também com essa espécie, poderá ser repetido em humanos. Atualmente, os tratamentos disponíveis contra o HIV consistem no uso da terapia antirretroviral (TARV) que consegue suprimir a replicação do vírus, mas não consegue eliminá-lo.